Entra, meu amor, fique a vontade,
E diz, com sinceridade,
O que desejas de mim,
Entra, podes entrar, a casa é tua,
Já que cansaste, de viver na rua,
E os teus sonhos chegaram ao fim.
Eu, sofri demais, quando partiste,
Passei, tantas horas triste,
Que nem devo lembrar esse dia,
Mas, de uma coisa, podes ter certeza,
O teu lugar, aqui na minha mesa,
Tua cadeira ainda está vazia !
Tu és, a filha pródiga que volta,
Procurando em minha porta,
O que o mundo não te deu,
E faz de conta que eu sou teu paizinho,
Que a tanto tempo aqui ficou sozinho,
A esperar, por um carinho teu.
Voltaste, estas bem, estou contente,
Só me encontraste um pouco diferente,
Vou te falar, de todo o coração:
Não te darei carinho, nem afeto,
Mas pra te abrigar, podes ocupar meu teto !
Pra te alimentar, podes comer meu pão !
(Bis a 3ª e 4ª)