Estendi de novo o meu olhar, de boas vindas
Até onde esta solidão dava horizonte
Larguei pro campo meu gateado lombo suado
Ando cismado de alma distante desde "ontonte"
A voz do fogo falou de novo no meu galpão
Me mandô a cambona pra um mate novo recém cevado
Recuerdos meus destes antigos feito tapera
Estavam na espera cuidando um sonho ensimesmado
Vai pelo tempo,
Que alma sente sem dizer nada,
Onde rumo a estrada
Nem sempre são os mesmos caminhos
Tem tantas coisas que além dos olhos nos deixa tristes
E o sonho insiste em achar seu rumo mesmo sozinho
Quem sabe a alma desta fronteira, vá mais além
Porteira aberta pra os rumos tantos que a vida mostra
A vida é assim nos põe na cruz de uma encruzilhada
Pra esconder a estrada e buscar aquilo que a gente gosta
Um dia a sorte reponta todos os cavalos mansos
E um olhar de campoescolhe um bueno pra se encilhar
Porque a gente passa a vida inteira pra ir embora
Depois não vê a hora e o quanto é tarde pra se voltar
E o mesmo olhar ...
De boas vindas, vai cuidar ao longe
Nos esperando ...
Pra um mate novo em outra volteada
Depois que o sonho achar seu rumo por sua conta
E voltar na ponta de um pingo bueno pra pegar a estrada