Quando meu bem foi embora naquele dia sombrio
Meu mundo perdeu a cor, tudo era triste e vazio
Na hora da despedida ela chorou, eu chorei
Seu lencinho acenou na janela do trem
Seu rostinho entre as mãos escondeu
Eu fiquei na estação apertando entre as mãos
A cartinha que ela escreveu...
Na carta dizia assim: "guarde este meu retratinho,
Quando sentires saudades de mim, beije com todo carinho
Não é por falta de amor que sigo outros caminhos
Se a vida me maltratar volto pra ti meu benzinho"
Hoje passados dois anos, ela chegou nas estação
Trazia os olhos molhados, como a pedir-me perdão
Beijei seu lindo rostinho e ofereci minha mão
Seu cabelo afaguei, nada lhe perguntei
Só o silêncio falava por nós
Muito tempo esperei, mas por fim escutei
O silêncio soltar sua voz...
Ouvi seus lábios dizer: "-jamais me afasto daqui,
Quase que a cidade rouba de mim tudo de bom que aprendi
Deixa eu chorar em teus braços, ficar juntinho de ti
Reconstruir nossas vidas neste lugar que eu nasci"