Um salso chora a velha sanga junto ao passo
Correndo mansa com vertentes de água buena
Nutrindo as flores para o pouso das borboletas
Em suas cirandas tingindo aguadas morenas
Renasce o trevo com a parição do banhado
Rumo ao açude de asas negras um biguá
Paisagem bela, fragrância de interior...
Riqueza verde, carqueja e caraguatá...
Tarumã... Do campo largo e maçanilha,
Da figuerilha escondida entre o chircal
Onde a ruína adormecida da tapera
Segue sonhando no catre do macegal
Tarumã... Das tardes lindas de janeiro,
Das pitangueiras adoçando as campereadas
Magia santa onde o campo ganha vida
Ao visitar-te em tua grandeza de invernada
Meus olhos pampa se confundem nas paragens
Tantas imagens refletidas de onde vim
Chorei a sanga que transborda do meu ser
Ao perceber o rincão que há dentro de mim...
Venho das tardes que sesteiam sobre os cerros
Sou um dos ausentes que habitam as taperas
Desta invernada me faço um memorial vivo
Deste retrato o espelho do que eu era...