Fado
Peito de tábua de canoa,
Olho de leme, braço de vela.
Lá vai meu coração na proa,
O capitão da caravela.
Qual navegante de Lisboa
Quero aportar em terra bela.
Não Moçambique, Angola ou Goa,
Mas na amplidão verde-amarela.
No mar, guiado pelos astros,
Um barco amante nunca erra.
Paixão e amor pendendo os mastros
Que eu fincarei no alto da serra.
Trovas e versos são meus lastros,
Jamais fuzis e armas de guerra.
Assim, de mim ficaram rastros
Nos corações da nova terra.
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